New York,
New York!
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Empire State |
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Aldo Rossi en NY |
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New Museum - Saana |
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Cezanne - Met |
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Rembrandt - Met |
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Velazquez - Met |
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Novo WCT |
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Rock Centre |
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Rock Center |
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Rock center |
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Mies Van der Rohe - Seagram building |
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Inside Skyline |
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Museu de História Natural |
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Brooklyn Bridge |
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Matisse - Moma |
O que mais sinto
falta de Nova Iorque é do ritmo: intenso, vertiginoso, sedutor, hipnótico,
viciante, lúdico. Por todos os lados, ao redor, acima e abaixo, somos tomados pelo fluxo. O prazer do puro
movimento.
Se Roma é uma
cidade obra de arte – ansiamos encontrar a piazza de Bernini, a chiesa de
Borromini, as ruínas do império romano – em New York, antítese por excelência
da capital da antiguidade, buscamos a experiência
da metrópole moderna. Não há como
pensar no Rockfeller Center como uma expressão “elevada” da arte da
arquitetura, não há como negá-la, contudo, como forma urbana épica, mais escala
e dimensão. Roma (assim como outras cidades históricas) opera por consolidação,
camadas após camadas formam estratos de tempos geológicos.
Nova Iorque é
uma cidade que deixa as pessoas serem o que são, tamanha diversidade. Judeus, muçulmanos,
indianos, chicanos, sul-americanos, chineses, japoneses, italianos, franceses,
italianos, alemães, hispânicos, brasileiros e americanos de todas as partes,
todas as línguas se apresentam. Os números impressionam: numa cidade de cerca
de 8 milhões de habitantes passam, em média, mais de 3 milhões de visitantes por mês. Nesse
espaço da multidão e movimento frenético, o turista ali não é um corpo
estranho, ao contrário, faz parte da cidade. Uma Babel de línguas onde não há
distinção estrita entre nativos e estrangeiros. Seria estranho, por mais
paradoxal que pareça imaginar a Big Apple só com nativos nova-iorquinos. É,
nesse sentido, uma metrópole do mundo tal o grau de cosmopolitismo vigente.
Outro aspecto
que impacta ao primeiro olhar é a escala da cidade. O tamanho das coisas
impressiona e, é claro, o ponto de referência dominante são os imensos
arranha-céus com sua base gigantesca e altura estonteante. Desde os edifícios
maciços de tijolo, passando pelos arranha-céus inaugurais Empire, Chrysler e
Rockfeller, pelas modernas torres de vidro pós-miesianas até finalmente ás
torres infinitas contemporâneas como o novo WTC. Para arquitetos a escala física da metrópole
impressiona, como também a generosidade dos passeios e avenidas: o grid
ininterrupto do traçado se rebate nos arranha-céus multiplicando a sensação das
dimensionalidades em fuga. Mas as quantidades não apenas são sentidas na
arquitetura e no urbanismo, estão presentes na alimentação com pratos fartos,
nas roupas largas, nos carros enormes dos quais a limusine é o exemplo
caricato, e até na grande tela de Pollock e cia. De fato, quando se tem em
conta a poderosa escala física da cidade, esse aparente exagero dos tamanhos
não é extravagância ou ostentação, mas tão somente a compatibilização mais
“natural” com o todo metropolitano.
Porém, a escala
de Nova Iorque não se restringe ao aspecto dimensional e métrico. A outra
escala é a das intensidades dos acontecimentos, dos eventos, em suma, dos
programas que a cada momento se renovam. New York é uma cidade de intensidade
de Programas e curiosamente com um traçado urbano tão contundentemente regular
– o categórico grid – baseado em
linhas e ângulos retos que se poderia dizer concebido para ser o caminho mais
direto entre dois pontos. Não é o que ocorre: nunca se vai diretamente de um ponto ao outro, no
meio do caminho sempre há algo para se ver, apreciar, descobrir. Não poderia
ser, portanto, outro senão Nova Iorque o
lugar que o arquiteto Rem Koolhaas, numa intuição brilhante, identificou como a
cultura da congestão e daí tivesse
derivado a estratégia da congestão programática em seus projetos arquitetônicos
e urbanísticos. Fica evidente que não basta apenas misturar usos distintos
buscando uma combinação original e caprichosa, tudo depende da escala de
intensidades reais e potenciais para que tal condensação programática se
viabilize e suscite reações inesperadas.
Mas Nova Iorque
não é só aceleração. O Central Park com seu traçado romântico e pitoresco no
coração do
grid é a pausa que
contrasta e evidencia este estado de ser em fluxo veloz. Novamente, é nas telas
de Jackson Pollock (mais do que no Boogie Woogie de Mondrian) - que encontramos
a mais adequada tradução dessa aventura urbana: o grande formato, as redes
diversificadas e sobrepostas, a conturbação contínua, a movimentação inebriante,
as diversas velocidades do
dripping,
a alternância entre traços velozes e pontos de coagulação. Assim, estamos em
constante movimento, mas este não se restringe ás exigências da produção, ao
contrário, oferece aberturas para o ócio, para o lúdico e para a pura
apreciação descomprometida. Estar à deriva é um dos encantos da cidade. E
nenhum ponto condensa mais essa conjunção entre atravessamento e coagulação que
a
Times Square , mais que urbana,
hiperurbana segundo Marshall Bernman
tal a vibração ininterrupta, a densidade de acontecimentos, a agitação contínua
que leva a um índice inigualável da experiência urbana da modernidade. Nesse
palco hiperurbano,
é possível ser também o Outro, se permitir
“expandir além de si mesmo”, “ser uma estrela” (BERMAN, p. 18) na multidão sob o foco estreboscópico dos
painéis de led dos anúncios publicitários.
New York é, em
si, uma personagem, pois atua e é representada em diversas formas de expressão,
das quais indiscutivelmente o cinema é um dos mais emblemáticos. Os tipos
característicos, os locais marcantes, os edifícios icônicos palco de grandes
eventos, o grande Central Park, tantos são os set de filmagens, as locações
marcantes. Não há como não ir ao Central Park e não reviver “Hair” de Milos
Forman, passar pela ponte do Brooklin e não lembrar de “Manhattan” de Wood
Allen, não sentir a temor ao passar pelo Dakota Building do “Rosemary’s Babe”
de Roman Polanski , dirigir pela 6th Ave ou pela Times Square e pensar na
neurose purificadora de Travis Brickle em “Taxi driver” de Martin Scorcese.
Isso sem contar com os inúmeros filmes que tiveram no Empire State ou no
Chrysler Building ícones da metrópole. Passar por tais lugares produz uma
espécie de estado de suspensão em que não conseguimos mais decidir entre a
realidade e a fantasia e essa sensação é uma sensação de intensificação, na
qual a realidade se vê incrementada pela ficção.
Em New York a
tradição é a da modernidade na era da hipermodernidade, da transformação
contínua ocorrendo sobre um grid inflexível e em meio a quadras gigantescamente
maciças. Uma experiência do ritmo moderno, de sucessão de continuidades e descontinuidades,
da embriaguez viciante e vertiginosa pela multiplicidade e simultaneidade, do
consumo mas também do instante lúdico com o inesperado e o curioso. Da alta
cultura à cultura de massa, tudo pede para ser experimentado, participado, e não há como ser apenas ou ator ou
expectador, senão uma mistura dos dois. Experimentar, enfim, essas novas
combinações é o que nos torna mais vivos, vivazes. Justamente ali, onde a
escala da metrópole parece desmedida, construída para além da escala humana, o
eu não é esmagado, antes parece sublimemente revigorado.
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Times Square |
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Times Square |
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Memorial Obelisco |
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Memorial - Rio das almas perdidas |
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Pollock - MOMA |
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Johns - MOMA |
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Flatiron |
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Hamburguer |
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Cupcake - Chelsea Market |
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Lego Store |
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Chelsea market |
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Serra - Dia Beacon |
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